SOBRE

O desenho é um recurso nato do ser humano. Estamos a todo instante fazendo uso dessa propriedade na construção da realidade de cada um.
O exercício de compreensão desse mecanismo é parte da minha produção e, por isso mesmo, caracterizada pela experimentação.
Minha motivação é descobrir como a percepção, ou o desenho mental que precede a própria concretude, como ela se manifesta e de que formas posso expressá-la na arte.
Capturar o essencial que emerge, criar recursos que demonstrem o processo de construção, empilhar camadas e apenas aguardar o surgimento de uma nova aparição.

Comecei a desenhar recebendo influências no ambiente de trabalho de meu pai, o desenhista de propaganda Romeu Borba. Aprendi com ele as primeiras lições de desenho e também de tipografia, observando-o desenhar letras que mais tarde iriam se transformar em letreiros de acrílico, aço, cobre ou latão. Eram outros tempos. É curioso pensar que aquela brincadeira era o começo de tudo.

Meu pai, o desenhista de publicidade, Romeu Borba no final dos anos 1940

Minha prática artística começa como um criador de imagens, pintando em camisetas, os visuais de surf do final dos anos 70 até início dos 80. Estampei os cenários naturais, inspirado pelas fotografias de grandes profissionais como Jeff Divine, publicadas em revistas como a Surfer Magazine, usando stêncil e airbrush.

Com formação em Artes Visuais e Design de Superfícies, trabalhei em áreas diversas, entre as quais destaco o design gráfico, modelagem, texturização e animação 3D, experiência que me proporcionou ser contratado por um centro de pesquisas da Université Catholique de Louvain-la-Neuve na Bélgica.

A experimentação é com certeza uma das principais maneiras de resumir o que é o meu trabalho. Descubro a cada instante uma nova realidade que me influencia a experimentar ainda mais.

Não vejo um ponto de partida para a minha arte, assim como não quero que ela possua um destino definitivo.

btt